Pensamentos Efêmeros - Agora sim. Agora não.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Primeiro Amor.



Quando criança costumava passar férias na casa da minha Madrinha, a melhor casa de todo o mundo. Me lembro de quando eu tinha uns 12 anos e fui para lá. Na casa dela, onde  moravam meus três primos e meus Padrinhos, era que eu descobria coisas novas, exemplo: meu primeiro acesso ao computador, a primeira vez que vi um vídeo game na vida, onde eu vi que tinha sorvete em potes maiores do que o da Kibon, ou seja, as melhores descobertas para uma criança.

Tenho uma relação de irmã com meus primos, mas com um deles os gostos eram (e são) extramente semelhantes. Meus primos tinham ganhado um violão, mas só um deles estava iniciando a prática. Eu, não sei o motivo pelo qual, um dia peguei o violão e começei a roçar as cordas, subitamente, gerando um som nada agradável. Meu primo vendo aquilo começou a querer me ensinar uma coisa ou outra, mas eu não dava muita atenção. Nós gostávamos muito de rock naquela época e só me recordo que minha primeira canção foi "Civil War" do Guns 'n Roses. Não senti dificuldade nenhuma em tocá-la, tampouco em manusear o instrumento. Parecia que eu fazia aquilo desde que nasci, como se eu já tocasse dentro da barriga da minha Mãe. 

Voltando para casa depois das férias, nem me lembrava mais o que era o tal violão, nem o tanto que era divertido tocar aquele som ensurdecedor, e não fazia ideia do tanto que ele mudaria a minha vida. Até que um dia (eu devo ter escutado a música ou algo relacionado a violão em algum lugar) resolvi tocar a canção novamente. Minha Tia, com quem eu também morava, tinha uma craviola que foi presente do irmão dela. O instrumento não era utilizado por ninguém da minha casa, por isso ficava guardado empoeirando e empenando. Meio matuta, eu pedi para tocar a craviola e para me distrair, afinal, eu não tinha nada para fazer. Parecia que não tinha passado tanto tempo (2 anos depois), era como se eu tivesse acabado de aprender e toquei novamente, como se fosse normal para mim e desenvolvi o dom da família.

~ Pausa para esclarecimentos: na minha família a maioria toca algum tipo de instrumento, seria até uma ironia do destino se eu não soubesse tocar uma caixinha de fósforos! Mas isso não torna implícito que eu saiba tocar maravilhosamente bem! ~

Dali surgiu um amor eterno, uma conquista, um amigo, um consolo. Desde esse dia eu não me lembro de ter deixado de tocar totalmente. Posso ter ficado até uns meses, mas acho que era, como em todo 'relacionamento', um tempo que eu precisava para mim e para as minhas coisas. Sim, eu tenho um relacionamento com a minha craviola! Trato ela como se fosse gente, afinal, ela me atura até hoje!

Resumindo, o que as mães sentem pelos filhos, ou a satisfação em tomar uma água geladinha em um dia de calor, ou a palpitação ao ver alguém que se ama, até a felicidade de ver o seu time ganhar de virada em campo, são mil sensações, todas parecidas. Sinto-me assim quando estou com a minha craviola e, posso afirmar com toda certeza, ela tem o melhor dos abraços que eu já recebi! Vai duvidar?


2 comentários:

  1. É sempre bom descobrir do que somos capazes... Leve seu dom, talento ou o que quiser chamar, a sério. Quem sabe se você nasceu para isso? E eu estarei sempre disposta a ouvir suas descobertas, como "qual o nome do pato" e "violão" (tem uma pasta com seu nome em "minhas músicas" rs Besos

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Olha, olha, hein?!